O que é cristianismo policêntrico?

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Missões Globais Policêntricas

Décio de Carvalho, Larry Kraft, Stephanie K. Kraft, Rosemary W. Mbogo & Stephen Mbogo

Compreendendo Missão Policêntrica

Qualquer discussão sobre o futuro do “policentrismo” deve começar pela evolução da sua própria definição à qual se aplica à missão cristã. Em 2009 Kirsteen Kim chamou atenção para os centros geográficos de influência, “de um centro (no Ocidente, por exemplo) para ‘o resto’”.1 Em 2016 Kirk Franklin e Nelus Niemand destacaram o caráter global do cristianismo, que progrediu de “ser apenas uma ‘religião euro-americana’ para uma religião global”.2 Nas palavras de Patrick Fung, “de todas as nações para todas as nações”.3 Ou seja, a lugar importava.

No entanto, o discurso amadureceu, assim como Allen Yeh demonstrou no conceito de policentricidade como sendo algo “a partir de todos para todos os lugares”.’4 A geografia era ainda importante, mas não exclusivamente. “Quem” estava indo também era crucial. A cultura, a plataforma, o contexto, as ofertas, as competências – tudo isso passou a ser levado em consideração de maneira integral para os “poli” (muitos) centros de envio e recebimento. Joseph Handley nos ajuda a destacar a importância do conceito, ao afirmar que o policentrismo significava “muitos centros, de todas as pessoas para todos os lugares”.5

Para diminuir o peso de alguns paradigmas limitantes que, em algum momento, definiam estes centros, os autores deste texto preferiram não utilizar termos binários estratégicos, como Norte Global e Sul Global. Intencionalmente, nós evitamos usar termos polarizantes como mundo desenvolvido/em desenvolvimento, mundo minoritário/majoritário ou mesmo mundo dos dois-terços. Nós nos referimos aos próprios nomes de continentes e países para evitar constructos desnecessariamente limitantes ou inapropriadamente confusos.

Modelos Bíblico e Histórico

A missão foi policêntrica desde o início. Jerusalém foi o primeiro centro de missões da igreja.6 Com a perseguição, a igreja se espalhou pelo mundo romano até regiões como Fenícia, Chipre e Antioquia, pregando a mensagem apenas aos judeus.7 No entanto, alguns de Chipre e de Cirene foram à Antioquia e pregaram aos gregos também e muitos gentios creram.8 A Antioquia, então, se tornou o centro para as viagens missionárias de Paulo e para a plantação de igrejas de que se tem registro em toda o império romano. Essa igreja na Antioquia enviou missionários para a Ásia Menor. De lá, Paulo, então, convidou migrantes crentes judeus que viviam na Europa para que formassem outro centro de missão, e assim Deus continuou a criar iniciativas para missões a partir de diferentes campos.

No século XX novos centros de missões surgiram na Ásia, África e América Latina.9 Na América Latina, por exemplo, os esforços missionários começaram logo após as primeiras igrejas serem estabelecidas ali, bem antes da Conferência de Edimburgo em 1910.10 Timothy Halls observou que a reunião do Panamá em 1916 espelhou uma das muitas missiologias adotadas na América Latina àquela época, ao dizer que “na medida em que a América Latina se enchia do evangelho (…) ela encontrou seu caminho para o resto do mundo.11 Em 1987, Luis Bush invocou, durante o primeiro COMIBAM, o significado comum do Panamá 1916 ao dizer: “Em 1916, os norteamericanos (…) declararam que a América Latina era um campo missionário, hoje nós nos reunimos em São Paulo para declarar que a América Latina é uma força missionária.”12 Panamá 1916 definiu um novo centro evangelístico e o ano de 1987 marcou seu compromisso de crescer.

A Consulta Global da Comissão Missionária (MC) da WEA, em 2016 no Panamá,13 destacou esta diversificação dos centros de missões.14 Bertil Ekström, ex-diretor da MC-WEA, se referiu ao Canal do Panamá como uma “espécie de metáfora para um mundo crescentemente policêntrico, e para a igreja também”. Ele ainda notou que, à medida que o Espírito Santo enviava pessoas para a missão de Deus, o Espírito levantou pessoas de “quase todos os cantos do mundo” e o povo de Deus foi sendo enviado “a todas as nações”.15

As décadas recentes viram mudanças fenomenais,16 em que o trabalho missionário tornou-se um maravilhoso mosaico de pessoas, culturas, sabores, sons e muito mais.17 Fung observa que “hoje nós vemos igrejas de todos os tamanhos ao redor do mundo se envolvendo diretamente com os ministérios transculturais (e) fazer parceria com uma agência missionária é apenas uma das opções.’18 Diferentemente das agências tradicionais, muitas igrejas africanas se enxergam como centros de missão, ignorando as agências até mesmo onde elas existem. As Assembleias de Deus no Quênia enviam missionários diretamente a grupos não-alcançados. Isto também está acontecendo com igrejas menores como a Deliverance Church (em Ngong Vel, Quênia), que está enviando missionários para um povo não alcançado no exterior. Perbi e Ngugi, no esforço de mobilizar a igreja africana, dizem: “A história do movimento cristão mundial é a história da colaboração entre igrejas locais e agências missionárias (as quais) Deus tem usado (…) para o avanço do evangelho desde o primeiro século até hoje. Estas estruturas se enriquecem mutuamente e realizam mais quando unidas”.

Para encontrar maneiras igualmente belas e apropriadas de colaboração, e não de competição, é preciso boa dose de conversas e esforços. Esta jornada é contínua. Vale a pena examinar mais de perto seis áreas desta jornada, sendo três que destacam as mudanças contemporâneas e três que identificam oportunidades para a missão policêntrica.

Mudanças Policêntricas Contemporâneas

Metodologia

A despeito das mudanças demográficas globais, o envio a partir dos centros historicamente enviadores continua.19 A Missão para o Interior da África (sigla em inglês AIM), por exemplo, mantem uma estrutura hierárquica, mas sua metodologia se define por colaboração e cooperação, de forma que possam “ver uma igreja para cada grupo de pessoas na África”.20 Antes, sua pergunta central era: “Como a AIM pode realizar sua missão?” Hoje eles fazem a pergunta: “Como nós (incluindo parceiros locais no campo) podemos realizar nossa missão?” Os centros africanos de mobilização da AIM no Quênia e na Tanzânia, com uma equipe majoritariamente de não-membros da AIM, reflete essa realidade. Conservando os objetivos da organização, agora o assento do motorista passa a ser ocupado por locais e parceiros.21 As posições-chave, incluindo em escritórios regionais, agora são ocupadas por africanos.22 Isto é novidade, já que a AIM permanece uma agência ocidental. 

Viver interculturalmente é uma das formas de as agências missionárias criadas nos anos 1800 cumprirem seu mandato em novos contextos de missões.23 A liderança da AIM afirma que a vida intercultural “cria uma cultura dentro da organização que passa a ser reconhecível e confortável, de maneira que não apenas cidadãos estadunidenses, mas também os nigerianos sintam-se confortáveis, mesmo que estejam se sentido desconfortáveis também.”24

Educação

A missão policêntrica garante uma abordagem multisetorial e descentralizada para a administração e o gerenciamento educacional. Em todos os processos educacionais, estudantes, professores, pais, administradores e legisladores devem se envolver de maneira intencional, proativa, mútua, fervorosa e consistente. Campos que antes eram recebedores e que agora são enviadores devem se fazer perguntas contextuais para que descubram soluções domésticas. As instituições que tradicionalmente enviavam não podem mais monopolizar a terminologia definitiva. Muitas abordagens educacionais atuais são legado de uma era colonial que foram pouco ou nada revistas. Tal fato involuntariamente afetou a qualidade da educação, aumentou a fragmentação e a irrelevância de currículos e contribuiu imensamente para o aumento das desigualdades socias. Como resultado, as lacunas criadas por tais desigualdades geraram processos educacionais ineficientes, agravados pela pandemia da COVID-19.

O policentrismo oferece um enorme potencial para a concepção de políticas e programas educacionais,25 para a melhoria da educação em nível global26 e para a criação de modelos de programas exclusivos para as necessidades específicas do contexto.27 Ao reconhecer que a história da educação está profundamente integrada com a história das missões e do trabalho missionário, os líderes de missão, os legisladores e todos os envolvidos no setor de educação virar a mesa e causar um impacto no cumprimento da Grande Comissão.

Saúde Mental

A saúde mental tem uma correlação direta com o bem-estar e com a habilidade das pessoas e das comunidades prosperarem.28 Viu-se, em décadas recentes, uma crescente globalização e glocalização quando milhões de pessoas atravessaram o globo para realizar missões de curto prazo e turismo de todos os tipos, incluindo ligados a religião, bem-estar físico, educação e entretenimento. Se, por um lado, esses movimentos estimularam o bem-estar para alguns e promoveram conquistas positivas na vida ou na missão organizacional, por outro lado isso também deixou outros em uma pior condição mental, por causa de relacionamentos quebrados, projetos que não deram certo e expectativas frustradas.29

A missão policêntrica pode aumentar a capacidade das pessoas se concentrarem em seus pontos fortes, e pode oferecer, globalmente, conhecimento, capacitação, valores e posicionamentos. A internet aumenta a capacidade de compartilhamento para além dos contextos locais. As plataformas de mídia social viabilizam o compartilhamento de imagens, ideias, técnicas e toda sorte de conhecimento. Enquanto algumas pessoas são bem sucedidas na criação de negócios, agências missionárias e empreendimentos educacionais, outros sucumbem ao consumismo e à frustração doentios. Estas inúmeras oportunidades tem levado a problemas como o bullying virtual, a insegurança cibernética e à dependência da internet. Consequentemente, uma das principais ferramentas do policentrismo – a internet – tem também contribuído para uma precária saúde mental entre as comunidades.

Oportunidades para o Policentrismo

Pesquisa

À medida que Deus quiser e capacitar, a missão policêntrica irá se beneficiar grandemente da pesquisa, para que os representantes mais preparados da igreja sejam alocados nos locais de trabalho mais apropriados.

Historicamente, o envio missionário iniciou-se com base na análise de necessidades. No primeiro Congresso de Lausanne em 1974, Ralph Winter defendeu a priorização dos grupos de povos não alcançados; o que preparou o terreno para o envio missionário com base na relativa falta de acesso ao evangelho.30 Na virada do século, a igreja já possuía uma listagem razoável dos grupos de povos no mundo.31 A partir de então, foram acontecendo alguns aprimoramentos nas definições estratégicas de “necessidade”. Patrick Johnstone classificou longas listas de grupos de povos em uma pragmática hierarquia de dois níveis, com quinze blocos de afinidade e mais de 251 agrupamentos de povos.32 Os agrupamentos de povos hoje são amplamente reconhecidos porque são “úteis para o pensar, numa visão mais geral, (…) da estratégia de desenvolvimento e da alocação de recursos”.33 O Joshua Project afirma que “o conceito de agrupamento de povos pode promover produtividade e eficiência para a força missionária no fazer discípulos de todas as nações”.34

Para encontrar maneiras igualmente belas e apropriadas de colaboração, e não de competição, é preciso boa dose de conversas e esforços.

Além das necessidades, pode-se fazer uso de análises de afinidade como fonte de sabedoria no envio policêntrico. Alguns modelos, como a Teoria das Dimensões Culturais, podem auxiliar os trabalhadores transculturais a reconhecer os desafios interpessoais e a diminuir as barreiras de relacionamento.35 Ferramentas como a “Pesquisa de Valores Mundiais” pode dar aos embaixadores de Cristo um melhor entendimento dos seus próprios valores bem como os de outros, de forma que o construir dos relacionamentos seja mais cuidadoso e autêntico.36

Estes recursos mais recentes que promovem a valorização cultural do “outro” também podem ajudar na intercessão estratégica, já que oração e pesquisa são dois lados da mesma moeda. Quando há uma consciência informada sobre os recursos da igreja global, sobre as necessidades do mundo, e o reconhecimento de que ninguém faz tudo sozinho, então todos podem fazer alguma coisa. A oração inteligente e eficaz pelo mundo inteiro pode acontecer em qualquer e em todo lugar. 

Migração

A migração sempre fez, historicamente, parte da missão. Yaw Perbi afirma que “os 500.000 estudantes internacionais africanos (10% desta população mundial) são o ‘segredo mais bem guardado’ da diáspora africana”. Mesmo se somente 50% deles forem cristãos, ainda assim é um exército de 250.000 para a Grande Comissão!’37 E como Nzathan Moore e Victoria Bfreeze registram, “a explosão do número de estudantes africanos na China é impressionante. Em menos de 15 anos, o corpo estudantil africano cresceu 26 vezes, de menos de 11.000 em 2003 para quase 50.000 em 2015”.8 Perbi e Ngugi resumem: “Os estudantes cristãos em nações fechadas (…) podem ser considerados como uma força missionária moderna sustentada por nações de difícil acesso que precisam de missionários”.39 

Missões podem não ser nenhum pouco globais a menos que haja, como uma realidade global, o apoio financeiro a missões.

Ademais, a migração econômica continua a criar acesso especial a países não abertos para missionários tradicionais. Kenneth Ross, por exemplo, faz uma associação dos desafios econômicos na África aos missionários migrantes.40 Ainda é responsabilidade da igreja na África, América Latina e Ásia o ser intencional no treinamento dos crentes migrantes para que, ao chegarem no exterior, eles possam – como Priscila e Áquila – ser testemunhas eficazes do evangelho.

Mobilização de Recursos

Missões podem não ser nenhum pouco globais a menos que haja, como uma realidade global, o apoio financeiro a missões.41 Enquanto a maior parte da riqueza evangélica encontra-se atualmente nas mãos de crentes na América do Norte,42 os desafios simultâneos que uma igreja policêntrica enfrenta são: (1) como estimular aqueles que detém riquezas a serem generosos e responsáveis, (2) como criar canais viáveis entre aqueles que tem maior riqueza e aqueles que tem menor, e (3) como criar novas fontes de recursos financeiros.

Fonte: www.operationworld.org DVD 2010 & World Bank.

Kirk Franklin e Nelus Niemandt analisaram dados de cinco consultorias realizadas pela Aliança Global Wycliffe em 2013–2014 sobre o tema “Financiando a Missão de Deus”.43 Um dos objetivos desta pesquisa era assegurar que a liderança da igreja ao redor do mundo pudesse contribuir “como parceiros em pé de igualdade” de maneira que “exercessem equilibrada influência sobre a estratégia da missão para as agências missionárias”.44 Pelo processo de escuta, foram desenvolvidos 19 “Princípios para Financiamento” de missões.45 Estes princípios são bem pertinentes para além da própria Aliança Wycliffe e, de fato, para além também das estruturas de agências e igrejas.

Com esta crescente colaboração, podemos prever uma fonte de novos recursos para missões.46 Os recursos de Deus são inesgotáveis assim como o seu amor. Ele colocou em nossas mãos e em nossos corações tudo o que necessitamos para cumprir sua comissão.

Conclusão

Os desdobramentos do aumento do policentrismo são complicados, mas as recompensas são enormes. Com bases bíblicas, estruturas que se adaptam historicamente, apoio da pesquisa e treinamento de excelência, os saudáveis embaixadores de Cristo poderão e irão se dispersar globalmente. Há maneiras eficientes de identificar, equipar e enviá-los, e há recursos para apoiá-los no obedecer ao chamado de Cristo. A igreja de Jesus Cristo enviará o seu melhor ao comando dEle. 

Notas finais

  1. Kirk Franklin and Nelus Niemandt, “Polycentrism in the missio Dei,” HTS Teologiese Studies/Theological Studies 72, no.1 (2016).
  2. Ibid.
  3. Patrick Fung, “Cooperation in a Polycentric World,” 5.
  4. Allen Yeh, Polycentric Missiology: 21st Century Mission from Everyone to Everywhere (IVP Academic, 2016).
  5. Joseph Handley and Micaela Braithwaite, “What Is Polycentric Mission Leadership? What the Trinity, Scripture, and Orchestras Can Teach Us About Decision-Making in the Church,” Lausanne Movement, September 20, 2022. https://lausanne.org/about/blog/what-is-polycentric-mission-leadership.
  6. “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda Judeia e Samaria e até aos confins da terra.” (Atos 1:8)
  7. Atos 11:19
  8. Atos 11:20–21
  9. Embora os dados sejam limitados, o Oriente Médio foi outro centro de missões histórico e crescente. Nós seríamos muito enriquecidos se aprendêssemos mais sobre a história da missão na Ásia, na África e no Oriente Médio.
  10. Em 1908 no Brasil, a Convenção Batista Brasileira apoiou missionários norteamericanos e indígenas no Chile. Em 1910 a Igreja Presbiteriana do Brasil enviou um missionário a Portugal. Em 1911 a Convenção Batista Brasileira enviou seu primeiro missionário a Portugal, seguido de um segundo trabalhador em 1925. Em 1928 a Missão Evangélica Caiuá organizou-se como uma agência indígena com foco em povos tribais no Brasil. Em 1948 a MEVA foi fundada com uma visão similar. Em 1946 a AMEN foi organizada no Peru, cujo fundador, Pastor Juan Cuevas, focou em alcançar grupos indígenas no Peru e mais tarde passou a enviar missionários para o exterior.
  11. Timothy Halls, em uma apresentação oral na Consulta Global da Comissão de Missão da WEA, no Panamá em 2016.
  12. Ibid.
  13. O Panamá foi escolhido como o local, para celebrar o 100º aniversário da Conferência de 1916.
  14. “A Conferência do Panamá (1916) que teve origem em reação à Conferência Mundial de Missões de Edimburgo (1910), já que as organizações missionárias que trabalhavam na América Latina não haviam sido convidadas. Os organizadores de Edimburgo consideravam que a América Latina já era evangelizada pela Igreja Católica Romana. Os organizadores do Panamá discordaram e, como resultado, várias sociedades missionárias da América do Norte e da Europa formaram o Comitê de Cooperação Latinoamericano (CCLA em 1913) para discutir missões para a América Latina. Em 1916 calculava-se que 1% da população da América Latina era protestante. Em 2014 este número era de quase 20% (segundo a Pew Research). O mundo mudou.” (retirado de artigo do All Nations Christian College).
  15. Bertil Ekström, em uma apresentação oral na Consulta Global da Comissão de Missão da WEA, no Panamá em 2016.
  16. Veja Patrick Johnstone, The Future of the Global Church, 238–239. Johnstone registra que em 2000 havia pouco mais de 200.000 missionários transculturais, a maioria da América do Norte e da Ásia, seguidos por Europa, África, América Latina e o Pacífico. Em 2010 a Ásia já detinha a maioria, expandindo para Coreia, Índia e China. A África e a América Latina também presenciaram grande crescimento naquele período. Este recurso fornece dados sólidos pesquisados sobre o período de 1900 a 2010 e faz estimativas para o período de 2010 a 2050. Dentre outros aspectos, ele aponta para o crescimento da igreja, o crescimento populacional, missões, migração, questões de saúde e mudanças econômicas.
  17. Testemunho pessoal de um missionário que, junto com esposa e filhos, experienciaram isto no final dos anos 90 na Ásia Central. Durante sete anos, eles integraram uma equipe multicultural de plantação de igreja, formada por uma família da Coreia do Sul, uma do Reino Unido, uma dos EUA e uma da América Latina. Ele testificou que não é apenas possível ou viável, mas, na verdade, é de grande valor e benefício para a demonstração e a proclamação do evangelho de Jesus Cristo entre aqueles que ainda não ouviram dEle ou não o receberam.
  18. Ibid p.9
  19. AIM, com suas origens nos EUA, opera na África Oriental há 135 anos (1885–presente). Anthony Swanson atualmente serve como diretor executivo regional para a África Oriental.
  20. Entrevista pessoal com Anthony Swanson feita pelo Dr Steven Mbogo, em abril de 2023. Swanson lembra que a AIM viveu uma diminuição de cerca de 100 missionários nos últimos 10 anos, mas os números de missionários para a África Oriental se mantiveram, de maneira geral, constantes.
  21. Ibid
  22. A região central da AIM é liderada por um Africano de Botswana.
  23. O missiólogo católico Antony Gittens está entre aqueles que promovem o “viver intercultural”. Anthony Gittins, Living Mission Interculturally: Faith, Culture, and the Renewal of Praxis.
  24. Entrevista com Anthony Swanson.
  25. O envolvimento dos múltiplos interessados poderia contribuir para diversificar as perspectivas benéficas. Por exemplo, a educação deveria prover oportunidades de escolha em que “aos estudantes seja oferecida uma gama de opções de projetos e temas, e a oportunidade de sugerir seus próprios temas e projetos, com o apoio para a tomada de decisões bem-informada”; The Future of Education and Skills 2030: The Future We Want. OECD, 2018, https://www.oecd.org/education/2030-project/about/documents/E2030%20Position%20Paper%20(05.04.2018).pdf.
  26. Ibid. O processo colaborativo de tomada de decisão integrado aos processos policêntricos pode gerar impacto global. Uma abordagem multifacetada para lidar com resultados injustos na educação pode tratar das crescentes questões do acesso à educação de qualidade. Por exemplo, a educação precisa ser integrada de forma que, àquele que está aprendendo, “devem ser dadas as oportunidades de descobrir como um tema ou conceito pode se conectar a outros temas ou conceitos dentro de e entre as disciplinas, e com a vida real fora da escola”.
  27. Ibid. O engajamento das comunidades regional e local na tomada de decisão abordaria necessidades específicas de contexto. Por exemplo, a educação deveria ser relevante no que tange aos “estudantes serem capazes de associar as experiências de aprendizado ao mundo real e perceberem um propósito em seu aprendizado. Para isso, é necessário uma aprendizagem interdisciplinar e colaborativa aliada ao domínio do conhecimento baseado na disciplina” (OECD, 7)”.
  28. Won Ju Hwang and Hyun Hee Jo, “Impact of Mental Health on Wellness in Adult Workers,” Frontiers in Public Health 9, no. 743344 (Dec. 16 2021), doi:10.3389/fpubh.2021.743344 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8716594/
  29. Rosemary Wahu Mbogo. “Biblical Foundations of Short-term Missions (STMs) and Its Implications for Christian Higher Learning.” Universal Journal of Educational Research 7. no. 6 (2019): 1395–1401. 10.13189/ujer.2019.070607
  30. Ralph Winter (https://lausanne.org/content/lga/2022-11/ralph-winters-and-the-people-group-missiology)
  31. A World Christian Encyclopedia de David Barrett (2001) continha a publicação da primeira lista completa dos grupos etnolinguísticos conhecidos no mundo.
  32. Patrick Johnstone, “Affinity Blocs and People Clusters,” Mission Frontiers, March 1, 2007.
  33. https://joshuaproject.net/resources/articles/why_people_clusters
  34. Ibid.
  35. Criado pelo antropólogo Geert Hofstede. https://www.hofstede-insights.com/models/national-culture/
  36. https://www.iffs.se/en/world-values-survey/
  37. Perbi & Ngugi, Africa to the Rest, 124.
  38. Nzathan Moore and Victoria Bfreeze. “China has overtaken the US and the UK as Top Destination for Anglophone Students” Quartz Africa, June 30, 2017.
  39. Perbi & Ngugi, Africa to the Rest, 71.
  40. “Um novo (ou resgatado) padrão para a atividade missionária está surgindo, no qual os pobres levam o evangelho aos ricos. A África é o continente mais pobre no mundo e, como esperado, é de onde sai o maior número de migrantes. É também o continente com a mais vibrante expansão da fé cristã. Consequentemente, muitos migrantes vem de novos redutos do cristianismo e levam a chama da fé aos velhos centros no norte onde o fogo está quase se apagando.” Kenneth Ross, “Polycentric Theology, Mission, and Mission Leadership,” Transformation: An International Journal of Holistic Mission Studies 38, no 3 (July 6, 2021): 218.
  41. Dados sobre renda em 2020 retirada de: https://data.worldbank.org/indicator/NY.ADJ.NNTY.PC.CD. A projeção evangélica para 2020 foi retirada de dados do DVD Operation World de 2010 http://www.orperationworld.org/
  42. Kirk Franklin and Nelus Niemandt, “Funding God’s Mission: Towards a Missiology of Generosity”, Missionalia 43, no. 3 (2015): 390. http://dx.doi.org/10.7832/43-3-98.
  43. Kirk Franklin, “Funding,” 385. Os dados foram coletados ao longo de 18 meses, envolvendo 145 pessoas em 51 nações.
  44. Ibid.
  45. Estes princípios incluem a consciência de que Deus convida e capacita a igreja no mundo todo para participar com Ele da missão; Deus criativamente provê através da diversidade de pessoas, de meios e de recursos; compartilhar recursos é uma atividade relacional interdependente em que todos são valorizados e todos graciosamente dão e recebem; ao compartilhar os recursos deve-se atentar com responsabilidade aos múltiplos contextos e culturas; e “no processo de dar e receber, a dignidade de todos é honrada e valorizada através de relacionamentos e amizades respeitosas”. Veja ibid, 401-402, para todos os 19 princípios.
  46. Por exemplo, as mulheres devem se tornar uma força filantrópica ainda mais significativa. Ver Barna Research, The Impact of Women, The State of Generosity Series, Volume 6.  

Autoria (bio)

Décio de Carvalho

Décio de Carvalho é brasileiro. Ele serviu na Operação Mobilização por 22 anos, no navio Doulos, como membro fundador e diretor da OM Brazil, e em uma equipe de plantação de igreja na Ásia Central. Ele também trabalhou como Diretor do RECOMI - Puerto Rico Missions Network, e como Diretor Executivo do COMIBAM.

Larry Kraft

Larry W. Kraft é um missionário da One Challenge (OC) International. Formado pela Johns Hopkins University e pela Fuller School of World Mission, Larry é presbítero ordenado nas Igrejas Presbiterianas brasileira e americana. Ele é Diretor Global emérito de Pesquisa da OC e, no Movimento Lausanne, trabalha como um Catalizador para pesquisa e informação estratégica.

Stephanie K. Kraft

Stephanie K. Kraft serve junto à Equipe de Pesquisa Global da One Challenge. Cidadã brasileira e americana, ela é uma curadora pelo Reino Unido para a Rede Global de Plantação de Igrejas, que é uma associada da MC-WEA; é também uma coach certificada pela ICF. Ele é casada com Larry, com quem tem dois filhos e três netos.

Rosemary W. Mbogo

Dra. Rosemary W. Mbogo é diretora do Instituto de Estudos das Realidades Africanas, o braço de pesquisa e consulta da Africa International University, em Nairóbi, Quênia. Uma educadora especializada em liderança e administração da educação superior cristã, ela é casada com o Dr Stephen Mbogo. Eles se alegram em servir ao Senhor juntos.

Stephen Mbogo

Dr. Stephen N. Mbogo atua como CEO internacional para a African Enterprise International, uma agência missionária que serve toda a África. Ele também é o Diretor Regional africano de Lausanne para a África falante de Inglês, Português e Espanhol (na sigla em inglês EPSA), e presidente do Movement Day Africa. Ele vive em Nairóbi, Quênia.

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