Mobilização Policêntrica de Recursos
Chamado Bíblico à Generosidade
O chamado bíblico à generosidade é um tema central em toda a Bíblia. Ele enfatiza a importância de adotar e viver nossa identidade como mordomos do mundo criado por Deus, administradores de recursos financeiros, gestores de relacionamentos e dispensadores do evangelho.
Hoje consideráveis números de cristãos ao redor do mundo estão respondendo ao chamado bíblico da generosidade ao ofertarem às igrejas locais e ao cumprirem a Grande Comissão. Muitos ainda vão além da contribuição financeira para o trabalho do reino. Eles estão orando pelos trabalhadores da seara e estão cuidando deles. Muitos voluntariam seu tempo para servir a causas locais e estão testemunhando de Cristo para suas famílias, em seus espaços de trabalho e nas comunidades locais.
Embora seja fácil enxergar um mar-de-rosas quando falamos de cristãos que obedecem ao chamado bíblico de generosidade, nós faríamos um desserviço se não reconhecêssemos uma outra dimensão desta realidade. À medida que nosso mundo vive uma dramática mudança, as alterações significativas também estão afetando cada aspecto do ministério cristão, incluindo como os cristãos ofertam para a missão de Deus.
- A igreja ao redor do mundo tem os recursos financeiros para cumprir a Grande Comissão, mas tem falhado neste propósito. De acordo com pesquisa realizada pelo “The Centre for the Study of Global Christianity” do Seminário Teológico Gordon-Conwell, a renda anual de todos os membros da igreja no mundo era de US$ 53 trilhões em 2022. No entanto, as ofertas para causas cristãs gerais eram da ordem de US$ 896 bilhões, enquanto para missões eram de US$ 52 bilhões. Isto representa apenas 5,78% do dinheiro doado para causas cristãs de qualquer natureza.
- O tipo de atividades que inspiram os cristãos a ofertarem está mudando. Incríveis 94% de toda oferta coletada em 2022 ficaram, em sua maioria, em países cristãos. 82% destas ofertas foram para igrejas locais e 12% delas foram direcionadas para “missões domésticas” nos mesmos países cristãos.
- Embora os cristãos sejam generosos, eles não estão investindo de maneira significativa no cumprimento da Grande Comissão. Apenas 6% das ofertas cristãs são direcionadas para missões em grupos de povos não-evangelizados ou não-alcançados. De fato, apenas 1,7% das ofertas é direcionado para a levar o evangelho aos não-alcançados.
- As formas pelas quais novas gerações de cristãos são generosos estão mudando. Por exemplo, Millennials e Gen Z ofertam de forma diferente em comparação aos Baby Boomers ou Gen X.
- Em algumas partes do Norte Global o ato de ofertar às igrejas está diminuindo e em partes do Sul Global a igreja ainda não desenvolveu o verdadeiro ensinamento bíblico relativo à generosidade.
- Números crescentes de igrejas e ministérios estão competindo por uma limitada reserva de recursos sem compreender bem como se engajar, de maneira eficiente, na captação de recursos.
Como afirma R. Mark Dillon, “Líderes bem sucedidos devem possuir a visão teológica para reconhecer a necessidade de pedir, a alegria de dar e a bela natureza colaborativa do avançar no reino”.1
Neste artigo nós mergulhamos em alguns dos desafios de promover a generosidade bíblica e angariar fundos para cumprir a Grande Comissão em diferentes partes do mundo.
Desafios para a Mobilização Policêntrica de Recursos
“Se toda cultura recebeu a grande comissão, então cada cultura tem o privilégio de apoiar a grande comissão.” – Scott Morton, Navigators
A ideia de mobilização policêntrica de recursos é algo esperado e deveria ser a regra geral, segundo a perspectiva de Scott Morton. Quando todos participam do privilégio de dar e receber, o reino de Deus é construído, e apenas Deus recebe toda a glória. Ofertar, nesta instância, não está limitado a dinheiro, mas, na verdade, o conceito de generosidade de tempo, talento e tesouros passa a ser promovido.
Listamos abaixo cinco desafios associados à mobilização policêntrica de recursos.
Coleta e Verificação de Dados
Existem alguns desafios associados à coleta e verificação de determinados dados, especialmente no Sul Global. A famosa citação de Einstein em que ele afirma que “tudo que se pode contar não necessariamente conta; tudo que conta pode não necessariamente ser contado” encaixa-se muito bem aqui. Embora existam desigualdades de riquezas ao redor do mundo, não há desigualdade de oportunidades. Cada cultura tem recursos que podem ser usados para apoiar missões e ministérios no contexto local. Muito do que é ofertado e da generosidade existentes no Sul Global tem mais a forma de generosidade de tempo e talentos do que de tesouros. Quando as ofertas acontecem na forma de tesouros, não é sempre monetário. As pessoas doam recursos que são preciosos e, em muito casos, isso não se traduz facilmente em dinheiro. Tais doações do tempo e da presença de uma pessoa são, muitas vezes, de valor para contextos onde elas acontecem e podem ser de maior valor até do que o próprio dinheiro. O fato de não ser possível monetizá-las torna tudo ainda mais difícil de ser mensurado e, infelizmente, muitas vezes ignorado nos círculos missionários como algo tangível.
Identidade do Doador
Dado o papel dominante que o dinheiro teve entre as culturas, outras formas de doações não estabeleceram status significativo e nem reconhecimento tão importante, mas sim um status diferente. Como resultado, muitos que historicamente doaram neste formato não se sentem apoiados nem encorajados, o que inevitavelmente reduz sua capacidade de doar ao longo do tempo. Em alguns casos, também, o valor associado à doação foi erroneamente atrelado ao doador, ao invés de ao Deus que permitiu que a doação fosse possível. Infelizmente muitos doadores e parceiros atrelaram suas próprias identidades às suas doações e contribuições para missões, e criaram certo tipo de desequilíbrio, já que aqueles que não estão em posição de ofertar materialmente sentem-se menos eficientes, mesmo que pudessem ter doado de tantas outras formas autênticas.
Movimentos missionários emergentes no Sul Global
Nos últimos anos, muitas igrejas no Sul Global investiram fortemente em missões transculturais ao redor do mundo, lançando mão dos recursos gerados localmente. O maior desafio dá-se em que o registro de tamanho investimento não está disponível para a igreja como um todo, de maneira que seja possível documentar o impacto desta generosidade. Os membros destas igrejas nacionais fizeram enormes sacrifícios para levantar recursos, mas, por eles não serem prontamente capturados de forma que seja possível contabilizar as doações, perde-se o valor quase que de imediato, embora, para o verdadeiro destinatário destas doações – Deus –, isso não aconteça.
Gerenciamento de recursos disponíveis
A alocação e a administração dos recursos é alvo de grande preocupação. Muitas igrejas são fracamente gerenciadas e os conselhos, mesmo quando existentes, não funcionam bem. Decidir a forma como estes recursos serão canalizados para serem eficientes e eficazes é uma tarefa intimidadora, que tem levado à desconfiança, consequentemente minando o zelo com que as pessoas ofertam para missões. Assim, é vital que sejam garantidas a transparência e a responsabilidade com os recursos nas questões operacionais e financeiras para se criar e manter a confiança.
Navegando a interdependência
A sustentabilidade de recursos baseada na interdependência entre parceiros locais e estrangeiros é o cenário ideal. Entretanto, quando a dependência é estimulada tanto por parceiros estrangeiros quanto locais, então o objetivo da sustentabilidade não é alcançável, perdendo-se a dignidade. Existe a necessidade de se ter missões estrangeiras promovendo parceria e colaboração salutares, que valorizem todos os tipos de contribuição que possibilitem o fazer missões. Dar espaço para a interdependência permite o crescimento de iniciativas, inovações e criatividade locais, empoderando os nativos a darem dos recursos com que Deus os confiou, à medida que for necessário.
Oportunidades para Mobilização Policêntrica de Recursos
Há inúmeras oportunidades de se ensinar regularmente sobre generosidade e mordomia na língua que o coração do crente compreende. Ensinar sobre o chamado de Deus à generosidade somente quando há necessidade financeira no ministério ou na igreja dá a impressão de que o ofertar é um tema de segunda importância ou é algo desconfortável a ser evitado. Cada culto de adoração numa igreja local e cada boletim ou bilhete de agradecimento escrito por um líder de ministério ou alguém que levanta recursos são oportunidades de ensinar e inspirar cristãos a serem generosos.
Um desafio e uma oportunidade importantes para cada igreja ou líder de ministério aqui são o de estimular seus apoiadores ou sua congregação a ir além do “reconhecer que Deus é o dono e o provedor de tudo que temos”, em direção a um compromisso de ofertar por causa do nosso desejo de honrar a Deus e obedecer a Sua palavra. Nós doamos com propósito porque nós queremos fazer parte do cumprimento da Grande Comissão. Nós doamos com alegria porque nossas ofertas encorajarão outras pessoas a ofertar também. Nós doamos com compaixão porque nossas ofertas ajudarão outros. Nós ofertamos livremente porque nossa esperança não se baseia em coisas terrenas mas em coisas eternas. Estimular os cristãos a viver suas identidades como mordomos e não como consumidores no dia-a-dia pode servir de inspiração para que usem seus recursos de formas contraculturais.
Abaixo estão listadas quatro oportunidades para mobilização de recursos policêntricos.
Ouça os doadores mais jovens e empolgue-os sobre a Grande Comissão
Uma vez que eles tiverem adotado o chamado bíblico à generosidade, os doadores Millenials e Gen Z vão querer ouvir de vozes autênticas sobre a missão e seu impacto. Eles também vão querer saber se as doações que fizerem serão usadas para alcançar mais pessoas com o evangelho. Além disso, eles estão preparados para doar tempo também. De fato, mais de 70% dos doadores Gen Z e Millennials afirmam que preferem doar seu tempo ao invés de seu dinheiro. Ofereça outras formas destes jovens doadores se envolverem com sua missão e eles poderão ter um importante papel no cumprimento de algum objetivo do seu ministério bem como deles mesmos.
Conte histórias missionárias envolventes e torne a participação de todos fácil
Conte histórias de como Deus está trabalhando através de sua igreja ou de seu ministério, e de como a vida das pessoas é transformada pelo evangelho. Permita que os favorecidos pelo seu trabalho missionário falem por si mesmos. Reúna e compartilhe seus testemunhos através de vídeos, fotos e outras mídias para ilustrar o impacto da missão. Conte histórias de seus trabalhadores e dos apoiadores do seu ministério, convidando-os também a compartilhar como eles responderam ao chamado de Deus para serem generosos, para orar, para ofertar e para servir no campo missionário.
Colabore para que a participação na missão seja fácil: providencie recursos inspiradores e de fácil uso para a oração, e também mostre as variadas maneiras para ofertar e se voluntariar. Simplificar as etapas e os processos para a participação, especialmente das gerações mais novas de cristãos, pode aumentar o entusiasmo e a participação no realizar da Grande Comissão.
Utilize novas tecnologias e canais de mídia
Em diferentes partes do mundo hoje as igrejas e os ministérios estão fazendo uso de novas tecnologias e ferramentas de mídia no louvor e na vida ministerial diários. Estas tecnologias e ferramentas podem ser usadas criativamente para motivar os cristãos de todas as origens a participar da Grande Comissão.
Vídeos, por exemplo, podem ser uma ferramenta poderosa para conectar trabalhadores no campo missionário com a comunidade da igreja ou com um grupo de apoiadores. As campanhas em mídias sociais podem engajar todo um segmento de novos mordomos que, de outra forma, não fariam uma transferência bancária nem se ofereceriam para doar seu tempo caso recebessem um panfleto pelos correios. Websites originais e publicações em mídias sociais podem manter muitos crentes atualizados sobre o andamento de um projeto da Grande Comissão pelo qual estejam orando e ofertando. Fazer uso de novas tecnologias e canais de mídia social passará a ser uma responsabilidade maior de líderes de igreja e de ministérios para engajar sua congregação ou uma comunidade de apoiadores cristãos na maneira que lhes for mais familiar.
Agradeça a Deus e a Seu povo
Alegrar-se na provisão de Deus através do Seu povo e expressar sua gratidão a Deus e a cada cristão que se une a sua missão são uma resposta natural ao que Deus tem feito no meio das nossas congregações e comunidades de apoio. Demonstrar sincero apreço aos generosos mordomos acalenta a fé deles e aprofunda o compromisso deles com a missão de Deus.
Estudos de Casos Regionais
Ocidente Global: Repensando a Captação de Recursos
Este estudo de caso analisa como um ministério cristão no Reino Unido aplica princípios bíblicos integrados e melhores práticas de captação de recursos pra revitalizar seus esforços de levantamento de recursos. Tal dinâmica permitiu a eles aprofundar o relacionamento com seus atuais apoiadores, engajar doadores mais jovens e alcançar os objetivos estabelecidos para a captação de recursos.
Desafios
Durante muitos anos este ministério sofreu para garantir apoio financeiro adequado para suas iniciativas missionárias. A base de apoiadores ficava cada dia menor e os esforços para engajar novas pessoas pareciam gerar poucos frutos. A mentalidade do “não pedimos, apenas informamos as pessoas sobre o que fazemos” parecia não funcionar mais.
O ministério enfrentou o desafio de cultivar relacionamentos sustentáveis com apoiadores ao mesmo tempo em que se mantinha fiel a seus valores cristãos. A indisposição de enxergar a captação de recursos como um ministério, a falta de investimento no aumento das ofertas e uma abordagem ultrapassada de captação de recursos prejudicou seriamente a habilidade ministerial de cumprir efetivamente nossa missão. Eles também destacaram a urgência de uma nova estratégia de marketing e de captação de recursos enraizada em princípios bíblicos.
Integração da mordomia com a transparência
Alguns anos atrás, sob a liderança de uma nova equipe, este ministério reavaliou seu paradigma de captação de recursos, suas mensagens e atividades, e decidiu montar nova estratégia para levantar recursos com base em sólidos princípios bíblicos de mordomia. Eles começaram pela divulgação de um novo paradigma bíblico na forma de um convite para qualquer cristão que considera que o chamado de Deus para servi-lo esteja alinhado com o ministério. Desta forma, o ministério passou a ver e tratar seus apoiadores como parceiros numa causa missionária compartilhada.
Além disso, começaram a priorizar a comunicação aberta e transparente sobre as práticas financeiras da entidade, e demonstrar como cada doação contribuia diretamente para o projeto missionário. Ao fornecer relatórios financeiros abrangentes e testesmunhos de vidas transformadas, eles estabeleceram uma base de confiança e transparência que ressoou em muitos dos seus novos apoiadores.
Levando vida nova à comunidade de oração
No passado este ministério reconheceu a importância da oração em sua missão, por isso criou e distribuiu um diário de oração. Recentemente, eles foram mais longe do que isso – eles começaram encontros virtuais mensais de oração, em que apoiadores, parceiros locais da missão e trabalhadores se unem para buscar a orientação e a provisão de Deus.
Esta ênfase na unidade espiritual e na confiança na provisão de Deus tem mesmo fortalecido os laços entre a organização e seus apoiadores, especialmente para apoiadores mais jovens que querem ter uma relação de maior significado com a organização do que simplesmente enviar dinheiro.
Encorajando apoiadores a serem bons gerenciadores de recursos
Recentemente, este ministério lançou uma turnê em que visitaram 16 locais no Reino Unido para encontrar seus apoiadores, para ministrar a eles no ensino bíblico sobre o chamado para servir os não-alcançados e os marginalizados, e para enfatizar a importância espiritual do ofertar.
Através desses encontros face-a-face em igrejas locais eles levaram os apoiadores a adorar juntos, a aprender da palavra de Deus juntos e a entender a importância espiritual de suas ofertas, promovendo um senso de propósito e compromisso mais profundo com a causa da Grande Comissão.
Eventos de captação de recursos que promovem a comunidade
Pela primeira vez na história este ministério mobilizou e deu recursos para que voluntários nas igrejas realizassem eventos para celebrar a alegria de ofertar para missões. Os voluntários organizaram leilões de livros, concertos e programas de impacto jovem que não apenas captaram recursos mas também promoveram comunhão entre cristãos de diferentes idades.
Impacto e crescimento sustentável
A integração dos princípios bíblicos aos esforços de captação de recursos gerou um impacto transformador no crescimento e na sustentabilidade da organização. Ao investir em relacionamento com apoiadores baseado na oração, na transparência e na boa administração de recursos, a organização viu um significativo aumento no envolvimento dos apoiadores e no suporte financeiro.
A ênfase no ensino dos princípios bíblicos da boa administração dos recursos e nos eventos comunitários não só amplificou os esforços de captação de recursos, mas também potencializou o impacto dos programas de divulgação nos países onde seus trabalhadores servem.
Conclusão
Através da integração dos princípios bíblicos e das melhores práticas, a transformação na captação de recursos desta organização exemplificou o profundo impacto de se alinhar estratégias organizacionais com ensino bíblico sobre mordomia e captação de recursos. Seu compromisso em estimular mordomos/administradores generosos, em ser transparentes e em conectar-se com a comunidade via oração serviu de pedra angular para o crescimento sustentável, e fortaleceu sua habilidade de cumprir sua missão de alcançar os não-alcançados com as boas novas de Jesus.
América Latina: Desenvolvimento de uma região de movimento missionário
O nascimento do movimento missionário latino-americano pode ser traçado desde o ano de 1985 com o nascimento do COMIBAM – Cooperación Misionera Iberoamericana.2 Quase quarenta anos depois nós vemos este movimento em um desenvolvimento continuado. Prova disso são os mais de 12.000 missionários latino-americanos, dos quais estima-se que 50% estão em missões transculturais.3
Nós percebemos que, por trás deste movimento, há uma igreja vibrante que oferta sacrificialmente e em obediência. No entanto, considerando o crescimento constante da igreja no hemisfério sul, que deve chegar a 76% em 2050,4 faz-se necessária uma consideração para avaliar o potencial de doação destes 76%. O que estamos fazendo hoje para consolidar o ensino da generosidade e da boa administração de recursos como um tema fundamental em missiologia? A teologia de missões para a igreja hoje deveria seguir o mesmo exemplo da igreja primitiva. Temas de economia eram para igreja primitiva um assunto teológico.5
Após ensinar num seminário online sobre “generosidade e boa administração de recursos”, nós pedimos aos participantes que preenchessem uma pequena pesquisa. O propósito da pesquisa era medir o grau de ensinamento destes tópicos. Pudemos coletar excelente feedback em 171 respostas que representaram os seguintes países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Cuba, República Dominicana, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Guiné Equatorial, México, Nicarágua, Panamá, Peru, Uruguai e Venezuela.
- “É comum se falar de generosidade na sua igreja?”
- 50% = Sim
- 50% = Dividido entre Não e Quase Nunca
- Tem ensino na sua linguagem (recursos educaionais) sobre mordomia, administração, prestação de contas, generosidade?
- 33% = Sim
- 67% = Não
- Na sua opinião, qual a relação entre generosidade e prestação de contas/responsabilidade?
- 40 respostas = Totalmente Relacionado
- 30 respostas = Sem relação ou Mais ou Menos Relacionado
- 68 = Sem respostas
A pesquisa incluiu mais perguntas, porém os dados são, atualmente, parte de uma pesquisa de doutorado e serão divulgados em data futura.
Primeiro, nós reconhecemos os esforços que a igreja faz para se envolver e ensinar este tema. A Bíblia é considerada autoridade neste assunto. No entanto, as respostas à pesquisa parecem indicar uma necessidade de mais diálogo e ensino. Elas sugerem um baixo envolvimento nestes tópicos. Por quê?
Nós não devemos realizar intervenções ligeiras e simplistas. Precisamos de novos parâmetros para avaliar a situação. Semelhante a estudos e análises que abordam outros temas complexos ao redor do mundo, nós também precisamos crescer nas nossas avaliações de parâmetros e intervenções que reconheçam a complexidade de um ambiente, sabedores de que um ambiente pode ser mudado se forem feitas as intervenções apropridadas.
Todas as três questões são muito relacionadas, cada uma oferecendo uma janela para dentro do contexto. Elas podem criar diálogos e fóruns de discussão a partir dos quais aprendemos e trocamos experiências. Quem toma a frente nestes trabalhos? Qual a frequência deles? Nós defendemos a ideia de mais espaços onde podemos aprender e discutir maneiras futuras de tratar essas necessidades de desenvolvimento.
Para discussão:
- Que parâmetros você considera serem críticos para entender os desafios de ofertar e de ser um bom administrador dos recursos na América Latina?
- Se a pesquisa é algo chave, como podemos incentivar mais pesquisas e o surgimento de dados qualitativos e quantitativos a partir da América Latina?
Notas finais
- R. Mark Dillon. Giving and Getting in the Kingdom: A Field Guide. Moody Publishers, 2012.
- Julio Guarneri. ‘COMIBAM 1984-2000: Historical Analysis of a Majority World Missionary Network.’ Dallas: Dallas Baptist University, 2017.
- Sam Masters. ’A New Missionary Era’ Reaching & Teaching International Ministries. https://rtim.org/a-new-missionary-era/. Accessed March 5, 2023.
- Gina A. Zurlo, Todd M Johnson, and Peter F. Crossing. ‘World Christianity and Religions 2022: A Complicated Relationship.’ International Bulletin of Mission Research 46/1:71–80. 2022.
- Justo Gonzalez. Faith and Wealth: A History of Early Christian Ideas on the Origin, Significance, and Use of Money. Eugene: Wipf & Stock Publishers, 2002.