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O tráfico de seres humanos é um crime que ocorre em todo o mundo e afeta praticamente todos os países. Entre 2007 e 2010, foram detectadas vítimas de 136 nacionalidades diferentes em 118 países. Essa prática terrível é um processo pelo qual indivíduos são recrutados em suas comunidades e explorados por traficantes, que se utilizam de enganos e/ou alguma forma de coerção para atrair e controlar tais pessoas. É o conflito entre força e vulnerabilidade – a exploração do fraco pelo forte. Isso tem que ser algo que grita em alta voz nos corações e mentes de nós, cristãos.
As Escrituras contêm muitas ordens claras para se “fazer justiça” (Miqueias 6:8) e para “tratar os outros com justiça, socorrer os que são explorados, defender os direitos dos órfãos e proteger as viúvas” (Isaías 1:17). Essas não são referências acidentais, mas constituem o ponto central da Bíblia. O reino de que Jesus falou não era um estado futuro de ser nem um lugar distante, mas algo que estava acontecendo nesta Terra, aqui e agora.
A igreja é o veículo de Deus para profetizar shalom sobre a devastação e a opressão existentes no mundo. Sem uma interação ativa com a devastação que nos rodeia, nossa proclamação se resume a uma mera sombra do evangelho glorioso que somos comissionados a compartilhar.
Portanto, a igreja precisa ser a voz profética da transformação, manter a esperança viva e estar engajada na obra. Historicamente, ela tem estado na linha de frente em assuntos relacionados a educação, ação em hospitais e orfanatos, alimentação dos famintos e abolição da escravidão em algumas partes do mundo. Infelizmente, na maioria das vezes, a igreja tem deixado de lado de maneira clara o tráfico de seres humanos, que afeta praticamente todos os países.
A igreja pode encorajar os jovens a assumir carreiras que ajudam a proteger e cuidar daqueles que sofrem abusos. Ela também pode pressionar os governos local, federal e internacional, bem como influenciar os empresários da região onde está localizada. Internamente, a igreja pode ensinar os fundamentos bíblicos sobre justiça e mostrar a visão que Deus tem em relação a mulheres e crianças. Ela pode ainda encorajar os membros a se comprometer com as vítimas como se elas fossem de sua própria família, oferecendo tempo, habilidades e recursos a organizações como a Missão Justiça Internacional, e interceder em favor daqueles que são explorados por traficantes.
A igreja precisa crer que pode, verdadeiramente, ser agente de transformação neste mundo arruinado e ferido. Se fizer isso, ela se tornará parte inequívoca do processo de geração do shalom de Deus neste mundo.