Bem-vindo à edição de março da Análise Global de Lausanne. Estamos ansiosos para receber suas opiniões e comentários sobre esta edição.
Nesta edição destacamos os desafios contextuais impostos pela “terceira onda” de missões na Índia atualmente e as respostas criativas que foram encontradas para cada desafio. Depois examinamos a medicina e o lugar que ela tem na missão divina do mundo atual. Analisamos também os valores de honra ou vergonha e como restaurar a honra e remover a vergonha são aspectos centrais da missão de Deus. Por último discutimos o papel que o sistema de registro religioso tem na disseminação da discriminação e violência contra cristãos do Oriente Médio.
Para o diretor do departamento de missiologia no South Asia Institute of Advanced Christian Studies (SAIACS) em Bangalore, Índia, Prabhu Singh: “Embora o cristianismo na Índia seja tão antigo quanto o próprio cristianismo, as missões protestantes no país – ao longo de três séculos – podem ser classificadas em três ondas”. A terceira onda teve início na década de 1990 com a liberalização da economia que desencadeou uma nova era de globalização. Neste período também assistimos ao crescimento do nacionalismo hindu e à perseguição específica da comunidade cristã no país. O cristianismo, contudo, continua crescendo de novas formas, nos desafiando a repensar os modelos tradicionais de missões. A missão cristã autêntica é profética e envolve servir de forma sacrificial, independentemente da era em que vivemos. O autor conclui dizendo: “Que o Senhor nos dê a graça para sermos ‘pescadores de homens e mulheres’ criativos, contextualizados e corajosos, nesta terceira onda”.
“A medicina é uma área em que a igreja tem investido bastante como expressão de cuidado pelos desfavorecidos e vulneráveis e da missão de Deus no mundo”, escreve Andrew Sloane (Diretor de estudos de pós-graduação na Morling College, Austrália. No Ocidente, precisamos levar em conta como o nosso compromisso com a tecnologia e a escolha individual promove abordagens consumistas pouco saudáveis à medicina, e o que nós, enquanto chamados para a missão de Deus no mundo, podemos fazer e dizer para contrariá-las. Nos países em desenvolvimento, precisamos considerar como a nossa forma de encarnar a paixão de Deus pela justiça e a preocupação com os pobres pode formar comunidades saudáveis, qual o papel que os cuidados médicos devem ter nisso e como navegar o terreno em mudança que são as economias emergentes. Ele conclui dizendo: “Todos estes desafios exigem que quem pensa acerca de missões e as pratica reflita cuidadosa e teologicamente na natureza e objetivos da medicina”.
“A vergonha prejudica o projeto de Deus para o mundo” é isto que escreve Jayson Georges (fundador e editor do site www.HonorShame.com). A vergonha não é limitada somente aos contextos ocidentais. Todas as pessoas, de todas as culturas sentem se sem dignidade e temem a rejeição perante os outros. A cultura da honra ou vergonha é mais comum em países emergentes onde tais valores morais formam o sistema operacional da vida diária. As novas realidades globais requerem um papel mais amplo para a honra ou a vergonha no escopo de missões e teologia do século 21. A restauração do status, que as pessoas tanto almejam, tem um papel chave na missão de Deus. Jesus Cristo desmonta a vergonha e oferece a honra para a humanidade. A igreja deve dar continuidade à missão divina de abençoar todas as nações com a honra de Deus. O povo de Deus deve discernir como incorporar e proclamar a honra salvador da Deus em contextos específicos. O autor fecha com a ideia de que “As realidades teológicas de honra ou vergonha são essenciais ao evangelho e à missão cristã”.
Para Jonathan Andrews, presidente do Muslim World Forum: “A segregação da sociedade através da delimitação religiosa fragiliza as leis e alimenta a violência [no Oriente Médio]”. O sistema de registro religioso impõe e mantém a segregação. Todos são registrados com uma religião ao nascer. Os convertidos enfrentam “crises de identidade” ao viverem e adorarem como cristãos enquanto o Estado os trata como sendo muçulmanos. Os líderes cristãos no Oriente Médio pedem que todos trabalhem de forma a permitir que os cristãos permaneçam onde estão. Entretanto, o registro religioso é um dos motivos principais pelos quais os cristãos são tratados como cidadãos de segunda classe, fazendo com que alguns emigrem. Soluções autenticas locais precisam ser identificadas para o benefício de todos. Andrews concluí com: “Os governantes da região que se interessam por saciar o desejo da população por mais dignidade e melhores empregos deveriam tratar dos efeitos negativos do registro religioso que afeta o âmbito econômico e cultural, além da criatividade social”.
Esperamos que você ache esta edição estimulante e útil. Nosso objetivo é oferecer uma análise estratégica e de confiança, informação, e perspectiva para que, como influenciador, você esteja melhor equipado para a missão global. É nosso desejo que a análise de tendências atuais e futuras e seu desenvolvimento ajude você e sua equipe a tomar melhores decisões sobre a mordomia de tudo que Deus confiou aos seus cuidados.
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