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A erupção de revoltas pelo Oriente Médio durante os dois últimos anos reflete a situação sociopolítica desesperadora da região, especialmente para os jovens e os mais instruídos. Desencadeia-se um processo de mudanças que só será exaurido em gerações.
A principal beneficiária dessa mudança foi a Irmandade Muçulmana. Ela deteve o poder no Egito entre julho de 2012 e julho de 2013. Entretanto, logo ficou evidente que lhe faltava capacidade de governo. Mais de 15 milhões de egípcios saíram às ruas e os militares assumiram o controle da nação. O governo islamita entrou em colapso em apenas um ano.
A agenda islamita ficou escancarada. Muitos muçulmanos moderados estão questionando a validade do islamismo político e clamando por um sistema de governo secularizado. Durante o último ano, o número de secularistas e até de ateus tem crescido de maneira significativa no Egito e em outros países da região. O que vem ocorrendo no Egito desde junho criou novos relacionamentos positivos entre cristãos e muçulmanos, muitos dos quais se colocaram lado a lado contra políticas islamistas extremistas, ainda que, em outras partes do Egito, os cristãos e suas propriedades estejam enfrentado níveis sem precedentes de ataques.
Nos últimos vinte anos, tem havido um aumento significativo no número de muçulmanos que chegam a Cristo. Por séculos, pareceu impossível evangelizar muçulmanos. Hoje, porém, os supostos 5 milhões de cristãos de origem muçulmana podem ser encontrados em quase todos os países da região. Eles enfrentam severa perseguição por causa da fé. No entanto, sua perseverança e fidelidade são um testemunho marcante em favor do evangelho.
O cristianismo no Oriente Médio tem uma longa história de culto, jejum e oração. Hoje, em meio a turbulências e perseguições, a sede se renova. Muitos cristãos acreditam que foi o poder da oração que expôs a fonte da corrupção e a injustiça na região.
Os cristãos do Oriente Médio bem podem enfrentar outros períodos de perseguição. A igreja, porém, estará mais forte e será mais ousada em seu testemunho. O movimento de oração contagiará outros países do Oriente Médio e influenciará todas as denominações. Há novos sinais de unidade cristã.
A igreja global precisa capacitar os cristãos espalhados pelo mundo a serem atuantes na oração por seus irmãos e no apoio a esses que há séculos vêm mantendo acesa a chama da fé em meio a tamanha turbulência e perseguição. As igrejas fora do Oriente Médio devem considerar uma participação ativa junto às igrejas da região, inclusive programas de ministério colaborativo e encontros para oração e culto conjuntos. A igreja global será enriquecida pela conexão com a longeva espiritualidade da igreja do Oriente Médio.
Acima de tudo, precisamos confiar na sabedoria divina para remodelar toda a região e usar a igreja para fazer avançar seu reino em meio do caos atual. O Senhor que detém todo o poder e autoridade no céu e na terra prometeu estar com sua igreja até o fim dos tempos.