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Quando Billy Graham foi entrevistado pela revista Newsweek em 2006, perguntaram qual teria sido o impacto mais duradouro de seu notável ministério global de sessenta anos. Para surpresa do entrevistador, ele respondeu que sua contribuição mais significativa talvez fosse o Congresso Mundial de Evangelização de 1974 em Lausanne e o Movimento de Lausanne que dele surgiu. Este ano comemoramos o 40.o aniversário daquele congresso que marcou época e foi, a meu ver, o encontro missionário mais significativo da era cristã.
Lausanne ’74 ocorreu numa época de transformações monumentais no cristianismo global. Graham foi visionário e catalisador. Sem seu poder aglutinador, o Congresso não teria existido. John Stott e Graham emergiram como as duas grandes figuras do Congresso. Eles encarnavam seu ethos como um encontro para “praticantes reflexivos”; articularam a visão, convocando “a Igreja Toda para levar Todo o Evangelho ao Mundo Todo”; e moldaram o “espírito de Lausanne”, que Graham descreveu como um espírito de “humildade, amizade, estudo, oração, parceria e esperança”.
Três grandes contribuições de importância global emanaram do primeiro Congresso de Lausanne: o Pacto de Lausanne, a missão holística e o novo paradigma missiológico de povos não alcançados. Lausanne ’74 também gerou um movimento global. Ele criou um novo senso de unidade e energia em favor do evangelicalismo global e isso inaugurou uma nova época na evangelização mundial. Graham aglutinou o mundo evangélico em Lausanne. As correntes que encontraram confluência em Lausanne lhe trouxeram força e profundidade, também criaram correntes transversais e cavaram novos canais, criando movimentos dentro do movimento.
Desde o início do século 21, têm-se elaborado condições em relação à visão e aos valores do Movimento de Lausanne, com seu compromisso com a seriedade no estudo bíblico e a profundidade na reflexão teológica como a base para uma atuação missionária estratégica. Lausanne defende a convicção de que toda reflexão teológica deve ser missiologicamente expressa e toda ação missionária deve ser teologicamente embasada. As duas são inseparáveis, caso contrário não há missão autêntica.
Tal é o legado de um congresso reunido há quarenta anos. Nenhum congresso global, antes ou depois, teve a profundeza de impacto ou a amplitude de influência desse encontro histórico. Essa é uma dádiva de Deus mediante o espírito magnânimo de pessoas como Graham e Stott. É, portanto, imperativo que o espírito e o conhecimento de Lausanne sejam transmitidos à próxima geração. Aliás, aqueles que podem nos guiar melhor para o futuro são os que têm melhor compreensão do passado.
Assim como Graham e os líderes de sua geração aprenderam com a Conferência de Edimburgo e se inspiraram nela, creio que a próxima geração será instruída e inspirada por aquilo que aconteceu quarenta anos atrás em Lausanne ’74.