Introdução
O amor de Deus pelos carentes e vulneráveis inspirou cristãos ao longo da história a se posicionar contra o sofrimento, a perseguição e a injustiça. Da abolição da escravidão no Reino Unido1 ao fim do apartheid na África do Sul,2 as vozes de cristãos fiéis têm sido fundamentais na defesa das mudanças necessárias para que o “o arco do moral universal se incline em direção à justiça”.3
Hoje, o mundo enfrenta uma nova crise: as consequências de negligenciarmos a responsabilidade que Deus nos deu sobre o que Gênesis se refere como “todo ser vivo” da Terra. Da poluição às mudanças climáticas e à destruição da natureza, os impactos previstos por cientistas4 no passado rapidamente se tornam realidade: mais riscos à saúde e à infraestrutura, maior escassez de recursos alimentares e hídricos e o deslocamento de comunidades e ecossistemas inteiros.5
Impulsionados principalmente pelo consumo dos países ricos e grandes empresas, os impactos dessas crises recaem de forma desproporcional sobre aqueles cuja responsabilidade é menor: os pobres, os que sofrem, os vulneráveis e os que ainda não nasceram.6 É por isso que, como cientista e climatologista, não considero essas questões unicamente científicas ou ambientais. As mudanças climáticas, a poluição e a perda da biodiversidade são, em essência, questões morais e espirituais. E creio que, mais uma vez, somos chamados a responder a essas questões fundamentados no amor e no compromisso com a justiça,7 pontos centrais da nossa fé.8
O que está acontecendo? A realidade das mudanças climáticas
A necessidade de ação urgente baseia-se em evidências crescentes de que os sistemas naturais da Terra estão se aproximando de limites críticos.9 No curso da civilização humana, a temperatura média do planeta tem permanecido tão estável quanto a do corpo humano, variando em apenas alguns décimos de grau. No entanto, somente no último século, essa estabilidade foi abalada. De observações de termômetros e satélites a datas para o derretimento do gelo e o aumento do nível do mar, é evidente que o planeta está se aquecendo mais rapidamente do que em qualquer outro momento da história humana — aumento de 1,3 graus Celsius até agora, o equivalente a uma febre planetária. À medida que se intensifica, o aquecimento afeta progressivamente todos os aspectos da vida no planeta. Nossas cidades e comunidades, nossos sistemas de alimentos e água, economias e cadeias de suprimentos foram todos construídos com base nas condições estáveis do passado. Quando essa estabilidade é abalada, todos estamos em risco.
Como sabemos que essas mudanças são causadas pelo homem? Com base apenas em fatores naturais — o sol, os vulcões e os ciclos naturais — a Terra hoje deveria estar esfriando gradualmente.10 Em vez disso, nosso planeta se aquece rapidamente, e os cientistas sabem a razão. Quase três quartos do aquecimento observado resultam de emissões de gases de efeito estufa em consequência da perfuração e queima de combustíveis fósseis, como carvão, gás e petróleo. A queima de combustíveis fósseis também é responsável pela poluição do ar, que mata mais de 8 milhões de pessoas todos os anos.11 As demais emissões de gases de efeito estufa resultam do desmatamento, do lixo e de sistemas alimentares insustentáveis, que também são os principais causadores da perda da biodiversidade e da natureza das quais nossas próprias vidas dependem.12
Por que isso é importante? A urgência da ação
A poluição de carbono e outros gases de efeito estufa que se acumulam na atmosfera basicamente envolvem o planeta em um cobertor extra, fazendo com que se aqueça. Quanto mais quente o planeta, mais o clima se torna o vilão, aumentando a frequência e a intensidade de ondas de calor, inundações, tempestades e muito mais.
Por exemplo, as mudanças climáticas mais que dobraram o risco de haver condições excepcionalmente quentes e secas que levaram ao recorde de incêndios florestais no Canadá em 2023.13 A fumaça cobriu boa parte dos céus da América do Norte, chegando à Nova York,14 onde registrou-se um recorde de atendimentos nos prontos-socorros da cidade. Na primavera de 2024, uma onda de calor prolongada no Sudeste Asiático levou ao fechamento de escolas e a doenças e óbitos em toda a região. Estima-se que as mudanças climáticas tenham aumentado em cinco vezes as probabilidades dessa onda de calor.15 No outono de 2024, inundações extremas levaram à destruição de comunidades e à perda de muitas vidas na Europa Central,16 no sudeste dos Estados Unidos,17 na Ásia18 e na Espanha.19 Em cada um desses casos, a intensidade das tempestades e o volume das chuvas foram muito maiores do que teriam sido se não houvesse mudanças climáticas.20
A igreja não pode ignorar essas questões, pois elas afetam as próprias comunidades às quais somos chamados. Embora os desastres afetem a todos nós, isso não acontece de forma equânime. Os mais impactados são aqueles que já são vulneráveis, que não têm um lugar seguro para viver, alimento suficiente para sua família, água limpa para beber ou acesso a cuidados básicos de saúde, e isso não é justo.
Perspectivas de longo prazo: cenários para o futuro
As mudanças climáticas já estão acentuando a desigualdade, a insegurança alimentar e o deslocamento a nível global. Se continuarmos nessa direção, maior será o impacto nos próximos anos e décadas. De acordo com a ciência, a maior incerteza a respeito dos impactos climáticos futuros não é tecnológica ou científica, mas sim a maneira como os seres humanos reagem. O que escolhermos fazer hoje determinará a trajetória do nosso futuro.
Imagine primeiro “um mundo de inatividade”, onde a igreja e o mundo deixam de interferir na trajetória das escolhas sociais. Muito em breve, desastres mais frequentes e intensos sobrecarregarão as iniciativas de ajuda humanitária. Centenas de milhões se tornarão refugiados climáticos, forçados a migrar por causa de desastres naturais e condições inabitáveis. Isso poderia desestabilizar nações e contribuir para conflitos em todo o mundo,21 dificultando a ação da igreja em muitas regiões, além de colocar bilhões em risco.
Imagine agora “um mundo de liderança proativa e movida pelo amor”, onde a igreja desempenha um papel essencial na promoção da resiliência e na defesa de políticas de proteção aos vulneráveis. Um mundo em que igrejas e organizações evangélicas firmam parcerias com governos, instituições de caridade e comunidades locais para garantir um futuro melhor — um futuro no qual a poluição é eliminada, a natureza é preservada, a saúde é garantida, e alimentos, água, energia e infraestrutura são fornecidos de forma sustentável e beneficiam todo o planeta e seus habitantes.
Pode parecer utopia; mas muitas das ferramentas de que precisamos já estão ao nosso alcance. A Nature Conservancy, da qual sou cientista-chefe, é líder no desenvolvimento de sistemas alimentares regenerativos, desde a agrofloresta até a pesca sustentável.22 Esses sistemas podem ser gerenciados de forma a fortalecer a saúde do solo e dos ecossistemas, ajudando-os a se tornar mais resilientes aos impactos climáticos. As abordagens regenerativas também podem aumentar a biodiversidade e reduzir a necessidade de insumos químicos, que poluem a água e o solo.
As regiões de baixa renda de algumas das maiores cidades do mundo costumam apresentar altos níveis de poluição e enfrentam riscos elevados de calor extremo e inundações. O aumento de área verde pode reduzir a poluição do ar aumentando a capacidade do sistema imunológico de regular as inflamações. As árvores também mantêm as áreas urbanas mais frescas durante ondas de calor, reduzem o risco de inundações, melhoram a qualidade de vida dos moradores, absorvem carbono da atmosfera e criam habitats para a natureza.23 São, no mínimo, seis vantagens!
A energia solar é hoje a fonte mais barata de energia elétrica conhecida pelo homem.24 Essa é a principal razão pela qual a energia renovável cresce tão rapidamente ao redor do mundo,25 fornecendo eletricidade acessível mesmo em áreas sem a infraestrutura tradicional. Com energia limpa, as famílias podem iluminar suas casas, administrar pequenos negócios, refrigerar alimentos e remédios e até mesmo acessar a internet. Isso, por sua vez, impulsiona o desenvolvimento econômico local,26 sustentando serviços que vão desde a instrução de mulheres e meninas (o que, por sua vez, diminui de forma mensurável as mortes de crianças)27 até o auxílio aos agricultores para que cultivem mais alimentos, mesmo em condições cada vez mais imprevisíveis.28
O cuidado com a criação está intrinsecamente associado ao bem-estar das pessoas, particularmente aquelas que dependem da terra para obter o alimento e a água, e que são mais afetadas pelos impactos climáticos. Proteger o meio ambiente e promover soluções sustentáveis não apenas beneficia a criação, como também contribui para a saúde e o bem-estar. Exercendo a liderança com amor, a igreja global tem o poder de catalisar iniciativas que favorecem diretamente as pessoas hoje, bem como de garantir um futuro melhor.
Como a igreja pode responder?
A maioria das pessoas no mundo sequer fala sobre esse assunto. Qual melhor lugar para iniciar essa conversa do que aquele onde nossa fé molda o diálogo? Essa é a maneira mais fácil de promover a ação climática no nível de uma congregação local. Por meio de grupos de estudo, conversas, sermões e outras iniciativas, podemos refletir sobre o amor de Deus que foi derramado em nossos corações e sobre os dons que ele nos deu para servir aos outros.
Nas palavras de São Francisco de Assis, também podemos “pregar com nossas ações” e nesse aspecto a igreja também pode ser um modelo de comportamento positivo em relação ao clima e à natureza. As auditorias de consumo de energia podem reduzir tanto custos como as emissões de carbono. Os telhados das igrejas podem ser locais ideais para projetos comunitários de energia solar. O solo pode ser usado para jardins convidativos aos polinizadores, hortas comunitárias ou até mesmo pequenas florestas.29 As igrejas também podem elaborar projetos de resiliência climática para que a comunidade local esteja pronta em uma situação de desastre natural.30
As igrejas podem fazer parcerias com organizações que atuam nas áreas de justiça climática e redução da pobreza: Tearfund, World Vision, A Rocha, Plant with Purpose, Operation Noah, Compassion International e muitas outras. Os desastres naturais já afetam a logística e a eficácia do trabalho da igreja ao redor do mundo. Inundações, secas e conflitos por recursos dificultam o acesso a certas áreas e sobrecarregam os orçamentos das organizações de assistência e desenvolvimento, tanto locais quanto estrangeiras. Mais do que nunca, é importante garantir que as organizações que fazem esse trabalho tenham os recursos de que precisam. Essas parcerias, por sua vez, podem aumentar a conscientização sobre as condições que afetam as pessoas e a igreja, e que, de outra forma, talvez nunca fossem conhecidas.
Por fim, os líderes da igreja podem defender políticas climáticas locais, nacionais e globais que priorizem os pobres e vulneráveis em todo o mundo e encorajar outros líderes a fazer o mesmo. Ao liderar a iniciativa climática, a igreja pode mostrar ao mundo por meio de ações, não apenas de palavras, que de fato cremos que devemos ser reconhecidos por nosso amor uns pelos outros (Jo 13.35).
Considerações finais
A necessidade de ação é urgente. As consequências de negligenciar nossa responsabilidade de uns para com os outros e com o lar que compartilhamos não estão mais distantes — estão aqui e agora, são graves, e a igreja não pode esperar mais para agir.
Como Paulo escreve em 2Timóteo 1.7, “Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio”. Considerando as crises que enfrentamos hoje, creio que esse versículo nos chama a agir com sabedoria, compartilhando o amor de Deus por cada pessoa e cada parte de sua criação. Demonstrar cuidado com a criação de Deus — pessoas e outros seres vivos impactados pelas mudanças climáticas, pela poluição e pela perda da natureza — é um reflexo fiel de nossa fé e da responsabilidade que Deus nos deu de amar o próximo como amamos a nós mesmos.
Notas finais
- John Coffey, ‘The Abolition of the Slave Trade: Christian Conscience and Political Action’, Cambridge Papers 15, no. 2 (June 2006).
- Tobias M. Masuku, ‘Prophetic Mission of Faith Communities During Apartheid South Africa, 1948-1994: An Agenda for a Prophetic Mission Praxis in the Democratic SA’, Missionalia: Southern African Journal of Mission Studies 42, no. 3 (November 1, 2014), https://hdl.handle.net/10520/EJC166018.
- Theodore Parker, Ten Sermons of Religion (Boston: Crosby, Nichols and Company, 1853), 84–85.
- Global Weirding with Katharine Hayhoe, ‘Just How Long Have We Known About Climate Change Anyways?’ YouTube video, 12 October 2016, https://www.youtube.com/watch?v=XpqBto89i38.
- Katharine Hayhoe and Friederike Otto, ‘What Cutting-Edge Science Can Tell Us About Extreme Weather’, New York Times, 17 August 2021, https://www.nytimes.com/2021/08/17/opinion/extreme-weather-climate-change.html.
- Katharine Hayhoe, ‘A Climate for All of Us,’ The Nature Conservancy, 11 November 2021, https://www.nature.org/en-us/magazine/magazine-articles/climate-justice-hayhoe/.
- Mary Robinson, Climate Justice: Hope, Resilience, and the Fight for a Sustainable Future (New York: Bloomsbury Publishing, 2019).
- Maurice Sadlier, ‘The Great Injustice Staring Us in the Face,’ World Vision, https://www.wvi.org/opinion/view/great-injustice-staring-us-face; Katharine Hayhoe, ‘I’m a Climate Scientist Who Believes in God. Hear Me Out’, New York Times, 31 October 2019, https://www.nytimes.com/2019/10/31/opinion/sunday/climate-change-evangelical-christian.html.
- Johan Rockström, ‘The Tipping Points of Climate Change — and Where We Stand,’ TED, video, July 2024, https://www.ted.com/talks/johan_rockstrom_the_tipping_points_of_climate_change_and_where_we_stand?subtitle=en.
- Global Weirding with Katharine Hayhoe, ‘This Is All Just a Part of a Natural Cycle, Right?’ YouTube video, 13 September 2017, https://www.youtube.com/watch?v=k5_zpjerQFo.
- Karn Vohra et al., ‘Global Mortality from Outdoor Fine Particle Pollution Generated by Fossil Fuel Combustion: Results from GEOS-Chem’, Environmental Research, 195 (April 2021): 110754, https://doi.org/10.1016/j.envres.2021.110754.
- Katharine Hayhoe, ‘One Planet, Two Crises: Tackling Climate Change and Biodiversity in the Fight for Our Future’, Scientific American, 22 May 2023, https://www.scientificamerican.com/article/one-planet-two-crises-tackling-climate-change-and-biodiversity-in-the-fight-for-our-future/.
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