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Cristãos no trabalho – a conexão que faltava para cumprimos a grande comissão

Movimento de Lausanne 29 jun 2019

“Eu acredito que uma das próximas cartadas de Deus será através dos fiéis no local de trabalho.”Essa frase do fundador Billy Graham resume o propósito do encontro mais recente do Movimento de Lausanne, o Fórum Mundial do Trabalho (FMT2019), que aconteceu na Greenhills Christian Fellowshipem Manila nas Filipinas.

Cada pessoa passa, em média, 90 mil horas no trabalho durante sua vida.Em outras palavras, passamos quase um terço de nossas vidas no trabalho. A presença dos Cristãos nos locais de trabalho é a oportunidade mais natural e, ao mesmo tempo, a oportunidade mais ignorada para evangelização mundial.

“Para cumprimos a grande comissão, cada crente precisa ser um pastor e cada local de trabalho um lugar de ministério,” disse o Bispo Efraim Tendero da Aliança Evangélica Mundial (WEA), ao dar as boas-vindas aos participantes do fórum em Manila.

“Pastores e missionários nunca irão alcançar a grande comissão sozinhos”, disse Michael Oh, diretor executivo global/CEO do Movimento de Lausanne.No entanto “a falsidade de uma ‘divisão entre sagrado e secular’ permeou a forma de pensar e agir da igreja” (O Compromisso da Cidade do Cabo).

O Fórum Mundial do Trabalho está embasado no Compromisso uma vez que este declara: “Nós acreditamos que esta divisão entre sagrado e secular seja o maior obstáculo na mobilização das pessoas de Deus para a missão de Deus, e pedimos aos cristãos de todo o mundo que rejeitem estas premissas não-bíblicas e resistir aos seus efeitos danosos.”

Bob Doll, gerente sênior de portifólio e estrategista de capital próprio na Nuveen Asset Management e presidente do conselho de administração do Movimento de Lausanne, disse: “Os líderes do mercado precisam estar acompanhando lado-a-lado os pastores e setor sem fins lucrativos para acertarem o que fazem.Nenhum desses grupos consegue fazer tudo sozinho.”

O FMT2019 chamou os cristãos do mundo todo a se distanciarem da mentalidade que fé e trabalho devem estar em categorias separadas em nossas vidas.“O local de trabalho está se tornando cada vez mais aberto à ideia de trazer tudo de si para o trabalho – inclusive sua fé”, disse David Miller, diretor da Iniciativa de Fé e Trabalho da Princeton University.

Este foi o primeiro encontro do tipo na história de Lausanne, com a maioria dos participantes, 65% dos quase 900 participantes de 110 países, sendo cristãos cujo local de trabalho primordial é fora das igrejas e das missões.Os participantes representaram a força de trabalho mundial, dos trabalhadores braçais aos diretores, contando com a participação de empreendedores e investidores, trabalhadores de colarinho azul, branco e “cor de rosa” (empregos tipicamente vistos como sendo femininos), assim como trabalhadores sem categoria: os que trabalham no lar ou que trabalham como cuidadores e são frequentemente invisíveis por trabalharem no lar.   Além disso 200 participantes virtuais interagiram com o programa e uns com os outros online.

A mudança de mentalidade inclui uma mudança na forma com que encaramos o trabalho, sem idolatrá-lo ou vê-lo somente de forma utilitária.Ver o trabalho como louvor abraça o chamado diário para amarmos nossos próximos em nossos empregos.Podemos ecoar a pergunta do advogado nas Escrituras, “Quem é meu próximo?”Mats Tunehag, Catalisador de Lausanne para Negócios como Missão, nos lembrou que ao fazermos negócios, impactamos muitos próximos ao nosso redor – nossa família, colegas de trabalho, clientes, fornecedores, acionistas, autoridades fiscais, e até nossa concorrência.

O trabalho como uma forma de louvor também reflete nosso papel como co-criadores e agentes da missão transformadora de Deus, com uma visão macro do impacto do reino em cada esfera da sociedade.“Deus criou a Terra com tudo que precisamos, mas ele agora está pedindo que nos juntemos a ele neste processo de criação.De certa forma somos co-criadores com Deus.Quando pensamos sobre o trabalho assim, é diferente da ideia de gerenciarmos algo que já está lá.Somos chamados para mover a criação de Deus adiante”, disse Andy Mills, presidente executivo e co-CEO da Archegos Capital Management.

Como um aviso contra o triunfalismo sobre nosso chamado para o trabalho sagrado que vemos em Gênesis 2, Jeff Haanen, CEO e fundador do Denver Institute of Faith and Work, nos lembra que precisamos também ver a parte quebrantada do trabalho após a queda do homem em Gênesis 3. Ele nos lembrou que dois terços dos trabalhadores não são formados por profissionais que vêm o trabalho como “faça o que você ama”, mas sim a classe operária que vê a parte ‘pós-queda’ do trabalho.

Ouvimos sobre o lado sombrio do trabalho através da Edielyn Beltran, ex-empregada doméstica das Filipinas que trabalhava em Qatar, onde trabalhava 17 horas por dia, sem nenhum dia de folga, até que após 11 meses ela conseguiu fugir.Pranitha Timothy, catalisadora de Lausanne para a rede de Liberdade e Justiça, também nos avisou: “A força de trabalho mundial pode ser o principal motivo que torna nossas crianças vulneráveis ao abuso.”

As complexidades do trabalho ao redor do mundo foram reconhecidas em conversas que observaram como o local de trabalho se encontra com tópicos como saúde, pobreza, injustiça econômica, empoderamento feminino, tráfico de pessoas, crianças em risco, urbanização, inteligência artificial, e outros.Foram apresentados estudos de caso sobre o evangelho transformando locais de trabalho e negócios ao redor do mundo.Os participantes interagiram em grupos de discussão, trabalharam juntos em espaços de colaboração criativa chamados de laboratórios (labs) e frequentaram seminários, reuniões regionais e visitas imersivas a empresas e organizações em Manila.

O Fórum Mundial do Trabalho buscou energizar o movimento global do mercado de trabalho e possibilitar uma plataforma de conexões.No aplicativo Connector do Movimento de Lausanne, 20 mil novas conexões entre os participantes foram registrados somente durante o FMT.O Connector servirá como uma ferramenta contínua de suporte para essas conexões perdurarem além do encontro, e será integrado a outros encontros do Movimento.

Outro objetivo que esperávamos alcançar era envolver a igreja mundial com o ministério no local de trabalho ao trazer a atenção eclesiástica à este elo que está faltando na missão mundial.Por esse motivo, o conteúdo do FMT2019 não será exclusivo para participantes.O site do Movimento de Lausanne hospedará um volume cada vez maior de recursos e ferramentas disponíveis para todos em lausanne.org/gwf.

Ferramentas e Recursos do FMT2019

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