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Bem-vindo à edição de maio da Análise Global de Lausanne, que também está disponível em inglês e espanhol. Estamos ansiosos para receber suas opiniões e comentários sobre esta edição.

Você deve ter notado algumas diferenças no layout e algumas novas funcionalidades a partir da edição de março. A Análise Global de Lausanne foi redesenhada primariamente como uma publicação para a web, com lindas imagens e fontes que facilitam a leitura em seu dispositivo móvel ou computador.

No entanto, recebemos diversos comentários de leitores que dependiam da versão disponível para baixar, portanto voltamos a oferecer uma versão mais simples de cada artigo em PDF. O PDF tem um design menos elaborado e é disponibilizado para os leitores que dependem de internet lenta ou limitada. Para baixar um artigo da AGL em PDF, clique no botão PDF no lado direito da tela. Você terá a opção de baixar o artigo como PDF ou imprí-lo em sua impressora doméstica em tamanho A4 ou Carta. Além disso, descontinuamos os sumários executivos, uma vez que pouquíssimos de nossos leitores estavam fazendo uso deles. Agradecemos se você puder enviar sua opinião sobre o novo design através do e-mail [email protected]. Esperamos que goste do novo design!

A temática desta edição foca em alcançar e envolver-nos com os muçulmanos. Podemos ver como os refugiados na Europa estão se tornando a Cristo, e por sua vez revivendo a igreja no continente europeu; analisamos os movimentos formadores de discípulos como uma solução bíblica para a tarefa de alcançar os povos menos evangelizados; consideramos como devemos enxergar o islamismo e a importância de desenvolver uma visão de mundo bíblica que oferece uma estrutura para relacionamentos com muçulmanos. Finalmente, perguntamos o que significa o califado e como devemos responder ao desejo de muitos mulçumanos pelo califado.

‘A chegada de milhões de imigrantes a Europa está abalando os fundamentos da civilização pós-cristã ocidental’, escreve Sam George (Catalisador de diásporas do Movimento de Lausanne). No epicentro da crise de refugiados estão as contínuas guerras na Síria, Iraque e Afeganistão, que produzem cerca de metade dos refugiados globais. Deus está fazendo algo novo e empolgante diante desta crise abissal. Muitos refugiados estão se tornando cristãos e sendo batizados. Muitos estão tendo sonhos ou visões de Jesus. Somente Deus poderia ter transformado uma situação tão desesperadora em tamanha oportunidade de missões que está muito além do planejamento estratégico de qualquer igreja ou agência missionária. No ano do 500º aniversário da reforma protestante, Deus está, mais uma vez, reavivando a igreja na Europa, desta vez por meio de refugiados do Oriente Médio. Quem poderia ter imaginado algo assim? As igrejas e ministérios envolvidos com os refugiados estão sendo renovadas. Ele conclui com: “As diásporas que surgem do deslocamento, incluindo a fuga dos refugiados do Oriente Médio para a Europa são solo fértil para a atividade de renovação do Espírito de Deus e com Ele o avanço e transformação do Cristianismo.”

Kent Parks (Presidente e Diretor do Beyond, anteriormente conhecido como Mission to Unreached Peoples)“Em meados dos anos 1980, 24% da população mundial (1,8 bilhão de pessoas) tinha pouco ou nenhum acesso ao evangelho.”  Hoje este número cresceu para 29% (2,1 bilhões de pessoas). Tragicamente somente 3% dos missionários globais servem os 29% restantes. Esta urgência santa fez muitos se voltarem às escrituras para estudá-las como um manual de estratégia. Pelo menos 158 movimentos de plantação de igrejas resultaram de movimentos formadores de discípulos que começaram em meados dos anos 1980, mas com atividade mais intensa durante os últimos 15 a 20 anos. As igrejas devem reproduzir igrejas obedientes com mais rapidez do que as expectativas tradicionais, uma vez que é a única forma de acompanhar o ritmo de crescimento da população e oferecer acesso ao evangelho a todos os povos. Pelo menos 30% (e não os míseros 3% atuais) dos missionários globais deveriam estar trabalhando para servir aos 30% da população mundial que nunca receberam o evangelho em qualquer forma. As estratégias simples, porém profundas de Jesus (em vez de nossos esforços frequentemente complexos que não levam à multiplicação) precisam ser usadas para mudar grupos inteiros de pessoas. “Movimentos de plantação de igrejas que transformam a sociedade são a única estratégia que oferece o crescimento em escala necessário para exceder o crescimento populacional e completar a tarefa.”, conclui.

“Ao longo das quatro décadas e meia desde que compreendi como Deus se preocupa com os muçulmanos, já escutei muitos debates acerca de como a missão cristã deve ser dirigida.”, discute Ida Glaser (Diretora do Center for Muslim-Christian Studies, em Oxford no Reino Unido). Por detrás destes debates estão perguntas sobre como deveremos olhar para o islamismo, que, por sua vez, encontram eco nas respostas polarizadas dadas aos muçulmanos, que estão a dividir o universo evangélico nos nossos dias. Para ela o principal problema é não sabermos como encaixar a variedade do islamismo nas nossas categorias de pensamento.

Os nossos mestres e pregadores precisam urgentemente ler a Bíblia de uma forma que permita a toda a igreja se relacionar com todas as variedades do islamismo e dos muçulmanos. Os muçulmanos ainda estão aguardando a vinda de Jesus e de outras figuras messiânicas, que vêm para lidar definitivamente com o mal, destruindo os maus e salvando os bons. Tal como os cristãos também aguardam o julgamento final, que diferença faz nas nossas vidas e naquilo que pregamos o facto de o Messias já ter vindo e de ter lidado com o mal na cruz? Ela desafia todas as fusões de religião e poder, juntando o julgamento que purifica e a dor que perdoa.  De que forma podemos fazer dessa cruz a base de todas as nossas respostas ao islamismo?

Para um pesquisador de tendências globais religiosas e Liberdade religiosa (conforme solicitado o nome do autor não será publicado): “O termo ‘califado’ tornou-se mais familiar nos últimos 2-3 anos devido à ascensão e agora declínio do Daesh/Estado Islâmico (EI)”. No entanto, um califado global é o objetivo de outros grupos muçulmanos e tem sido almejado por diversos muçulmanos por toda a história. O califado representa uma altura de pureza doutrinal aliada a um ascendente político. Antes de o título ter sido finalmente abolido em 1924, o revivalismo islâmico já tinha começado. A abolição do título deixou um buraco na liderança muçulmana sunita precisamente no momento em que o revivalismo estava a ganhar impulso. As poucas pesquisas que foram feitas sugerem um grande apoio das populações muçulmanas à ideia do califado. A derrota militar do EI não fará cessar a busca por um califado, quer por meios violentos ou pacíficos.

As ferramentas principais da igreja, como sempre são amor em ação e oração. Os cristãos devem amar os muçulmanos o suficiente para compartilhar o evangelho de Cristo com eles, enfrentando nosso medo de evangelizá-los. Os governantes precisam saber das aspirações religiosas de longo prazo por trás do Califado, para tentar novas formas efetivas de ação contra estratégias de radicalização. No entanto, estratégias governamentais não são a solução de longo prazo. “Contudo, apenas o evangelho promete uma solução a longo-prazo à radicalização representada pela aspiração a um califado.”, conclui.

Esperamos que você ache esta edição estimulante e útil. Nosso objetivo é oferecer uma análise estratégica e de confiança, informação, e perspectiva para que, como influenciador, você esteja bem equipado para a missão global. É nosso desejo que a análise de tendências atuais e futuras e seu desenvolvimento ajude você e sua equipe a tomar melhores decisões sobre a mordomia de tudo que Deus confiou aos seus cuidados.

Envie suas perguntas e comentários sobre esta edição para [email protected]. A próxima edição da Análise Global de Lausanne será lançada em julho.

David Taylor

David Taylor é o Editor da Análise Global de Lausanne. Ele é um analista de relações exteriores com foco no Oriente Médio. Ele trabalhou durante 17 anos no Ministério de Relações Exteriores e da Commonwealth, com foco especial no Oriente Médio e Norte da África. Em sua experiência seguinte, trabalhou 14 anos como Editor para o Oriente Médio e editor adjunto do Daily Brief na Oxford Analytica. David agora divide seu tempo entre trabalhos de consultoria para a Oxford Analytica, o Movimento de Lausanne e outros clientes. Ele trabalha também com a Christian Solidarity Worldwide – CSW, a Religious Liberty Partnership e outras redes internacionais com foco em liberdade religiosa.