O Evangelho para cada cristão

David Bennett | 09 mar 2018

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Mais de 2.5 bilhões de pessoas ao redor do mundo se identificam como “cristãs”, ou seja, praticamente um terço da população mundial. Mas isso implica que eles entenderam ou abraçaram o evangelho bíblico? Não necessariamente.

A história pode ser apócrifa, mas foi contada diversas vezes, por diversos pregadores, e de diversas formas. Conta-se que um soldado jovem foi levado para Alexandre o Grande, acusado de desertar e esconder-se numa caverna. O famoso general perguntou seu nome, e o jovem respondeu “Alexandre”. Claramente perturbado o general perguntou novamente: “Qual o seu nome?”. Timidamente o soldado respondeu outra vez: “Alexandre”. Furioso, o general gritou: “Soldado, mude a sua conduta ou mude seu nome!”. O que podemos aprender disso? Aqueles que se chamam de “cristãos” precisam ser dignos do nome.

O termo “nominal” é definido como “somente em nome ou forma, diferentemente de real ou de fato” no artigo “Testemunho Cristão aos Cristãos Nominais entre Protestantes” (LOP 23). Para muitos dos 2.5 bilhões que se chamam cristãos, esse rótulo é uma questão de nascer em determinada família, ou pertencer a certo contexto cultural ou religioso, ou ter passado por algum processo de iniciação cristã que tem pouco ou nenhum impacto em seu dia-a-dia. São seguidores de Cristo somente em nome, mas não na realidade ou na prática. Suas crenças ou seu comportamento não são reflexões fiéis dos ensinamentos ou práticas de Jesus e dos apóstolos. Nunca se arrependeram de seus pecados ou aceitaram Jesus como Salvador e Senhor. Não crescem em fé, sabedoria ou obediência. Eles não experimentam a transformação de vida. Não apresentam evidências do fruto do Espírito.

Cristãos nominais podem ser encontrados em todas as congregações, em todas as denominações, em todas as correntes teológicas e em todos os contextos culturais. O nominalismo pode tomar diferentes formas nos contextos protestante/evangélico, católico romano ou ortodoxo, e em locais onde os cristãos no geral são minoria. Mas a tarefa de sermos testemunhas de Jesus Cristo e de todos seus ensinamentos, em cada nação, em cada esfera da sociedade, em cada campo de ideias, não é menos urgente em contextos de cristianismo nominal. O primeiro ponto da visão quádrupla de Lausanne, “o evangelho para cada pessoa”, se aplica também aos que carregam o nome de “cristão” mas que nunca entenderam de verdade ou aceitaram o “evangelho da graça de Deus” (Atos 20:24).

Este é o desafio que abordaremos entre 15 e 19 de março em Roma, Itália, na Consulta Global de Lausanne sobre Nominalismo. Usando os encontros anteriores de Lausanne como base e como recurso, esta consulta analisará as mudanças em nosso mundo nos últimos 40 anos, e examinará as tendências atuais e estratégicas promissoras para evangelizar e fazer discípulos dentre os cristãos nominais. Os 45 participantes convidados incluem sociólogos, teólogos e missiologistas/praticantes da Ásia, África, América Latina, América do Norte, Pacífico Sul, e todas as regiões da Europa. As ideias e estratégias que surgirem da consulta serão publicadas para distribuição e discussão em maior escala. Eu lhe convido a se juntar comigo em oração pelos participantes que se encontram essa semana.

 

Ore conosco

Jesus Cristo, Senhor da igreja, pedimos que tu capacites a consulta que se aproxima com seu Espírito Santo de renovação e criatividade. Capacite os participantes a compreenderem nossos tempos e a saberem como despertar e equipar as igrejas e seus líderes para que os cristãos nominais possam compreender e abraçar as boas novas da salvação que se dá somente através da graça, da fé e de Cristo, para que estas pessoas e suas comunidades possam ser transformadas.

David Bennett é Diretor Adjunto Global do Movimento de Lausanne e Diretor do Congresso de Seul 2024. David serviu em Lausanne por muitos anos e tem uma vasta experiência ministerial e missionária. Tamb´ém traz consigo abundância de capital relacional, compreensão global e percepção do reino.