Global Analysis

VISÃO GERAL DA EDIÇÃO DE MAIO DE 2022

maio 2022

Segundo o relatório World Watch List 2022, da organização Portas Abertas, oito países da África e da Ásia estão entre as dez primeiras posições na lista dos 50 países onde é mais difícil seguir Jesus. Nesta edição, analisamos a opressão sofrida por cristãos e por outros na Nigéria e na Índia, que ocupam o 7º e o 10º lugar, respectivamente.

Os cristãos na Nigéria estão “enfrentando perseguição extrema ou severa”, escreve Babatomiwa Owojaiyie em “A perseguição a cristãos na Nigéria: uma resposta bíblica a um governo insensível”. Ele questiona o papel do governo nessa crise nacional, onde “execuções extrajudiciais de cidadãos inocentes e destruição arbitrária de propriedades se tornaram incidentes diários” e examina a perspectiva bíblica do sofrimento por causa da fé e a resposta correta como cristãos. Ele recomenda que a comunidade cristã se una e se manifeste, tanto a cristãos quanto a não cristãos, contra todas as formas de mal e injustiça na Nigéria. Ele também convoca “as organizações internacionais religiosas a somarem suas vozes a essa causa” e “a comunidade internacional a responder ativamente às implacáveis perseguições aos cristãos na Nigéria”.

A crescente violência entre comunidades na Índia nos últimos anos é mais bem compreendida observando-se a história e o contexto da Índia moderna – político, econômico, cultural e religioso. Embora a constituição da Índia declare que “todas as pessoas têm igual direito à liberdade de consciência e ao direito de professar, praticar e propagar a religião livremente”, as experiências de muçulmanos e cristãos contam uma história diferente, conforme revela o artigo “Uma visão histórica da minoria cristã na Índia: Repensando o testemunho cristão em uma nação administrada pelo partido BJP”, de Cynthia Stephen. Eles são perseguidos e atacados, pois seu crescimento significativo pode representar uma ameaça ao “projeto político Hindutva”. Como os cristãos podem ter eficácia como sal e luz para Cristo em meio a tanta discriminação e opressão? “As missões precisam repensar o evangelismo. . . São necessárias abordagens inovadoras”, conclui Cynthia.

É certamente desafiador ser seguidor e discípulo de Cristo em meio à perseguição. E como fica o discipulado em um contexto multicultural como o Canadá? Em “Por que a política multicultural do Canadá fica aquém do ideal do evangelho: Passos rumo ao envolvimento, à empatia e à comunhão”, Sherman Lau convida o leitor a refletir, juntamente com os cristãos canadenses, sobre os valores em que se baseia a política multicultural do Canadá: “acomodação, tolerância e coexistência”. Ele afirma que essa política “está aquém do ideal de reino que Deus tem para sua ecclesia. . . Os discípulos de Jesus foram chamados de Jerusalém não apenas para que testemunhassem as boas novas, mas para que fossem as boas novas, ultrapassando barreiras étnicas, sociais e religiosas”. Como alternativas aos valores multiculturais de “acomodação, tolerância e coexistência”, ele propõe as práticas bíblicas de “envolvimento, empatia e comunhão”, que formam a base do discipulado intercultural”.

Discipular e equipar a geração de nativos digitais (também conhecida como Geração Z) para o ministério é outro desafio ao qual devemos prestar mais atenção, pois deles depende o futuro da missão. Em “O ensino teológico para nativos digitais: Estudo de caso do Invisible College”, Kaiky Fernandez e Pedro Dulci, coordenadores estratégicos do Invisible College, usam esta instituição como estudo de caso para a transformação. O ensino e o aprendizado teológicos na instituição são conduzidos com flexibilidade e qualidade, destacando a importância e relevância dos estudos teológicos em um ambiente relacional. No entanto, há pela frente muitos desafios que “são intrínsecos a essa geração, semelhantes aos vivenciados na igreja local, na evangelização e no discipulado”, causados pela desatenção e ansiedade dos alunos. Os autores esperam que os compreendamos, que os apoiemos com sabedoria bíblica prática, de modo a permitir que “esta parte importante da população não apenas conheça o evangelho, mas também o vivencie na prática”.

A Análise Global de Lausanne está disponível em inglêsespanholfrancês, e coreano. Pedimos que encaminhem a [email protected] quaisquer perguntas e comentários a respeito dessa edição. A próxima será publicada em julho de 2022.